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A mostrar mensagens de julho 19, 2009

TERNURA PRESENTE

Ternura Desvio dos teus ombros o lençol, que é feito de ternura amarrotada, da frescura que vem depois do sol, quando depois do sol não vem mais nada... Olho a roupa no chão: que tempestade! Há restos de ternura pelo meio, como vultos perdidos na cidade onde uma tempestade sobreveio... Começas a vestir-te, lentamente, e é ternura também que vou vestindo, para enfrentar lá fora aquela gente que da nossa ternura anda sorrindo... Mas ninguém sonha a pressa com que nós a despimos assim que estamos sós! David Mourão-Ferreira, in "Infinito Pessoal" O meu comentário??? O que dizer? Quando se sorrie verdadeiramente... Não só com o amor que nos afaga o corpo... O amor enraizado na alma também... O aconchego dos braços com a ternura presente... Ocupando todo o espaço... Do sonho... Da paixão... Do Amor... Enfim...

A ONDA

Soneto do amor difícil A praia abandonada recomeça logo que o mar se vai, a desejá-lo: é como o nosso amor, somente embalo enquanto não é mais que uma promessa... Mas se na praia a onda se espedaça, há logo nostalgia duma flor que ali devia estar para compor a vaga em seu rumor de fim de raça. Bruscos e doloridos, refulgimos no silêncio de morte que nos tolhe, como entre o mar e a praia um longo molhe de súbito surgido à flor dos limos. E deste amor difícil só nasceu desencanto na curva do teu céu. David Mourão-Ferreira O meu comentário???? Porque, às vezes, o amor perde o encanto... Porque não era amor verdadeiro.... E nada escreveu na onda... Que regressa sempre à praia... Com outra força, com outra dimensão... Mesmo que se desfaça contra o penhasco...

TEMPORÁRIA

Gota de Água Eu, quando choro, não choro eu. Chora aquilo que nos homens em todo o tempo sofreu. As lágrimas são as minhas mas o choro não é meu. António Gedeão O meu comentário??? Angústia, revolta, tristeza... Tudo o que as lágrimas dizem... Numa história magoada... Uma história que não começa por "Era uma vez..." Porque fala em injustiça e em dor.... Nem sempre a injustiça e a dor terminam com "E viveram felizes para sempre"... Nunca há um fim escrito.... há apenas uma paragem temporária....

NO MEIO

A PONTE Atravessei uma ponte coberta de carinhos de amor fraterno enquanto eu sorria Ao atravessar senti a saudade que me deu os bons dias e ouvi o canto das sereias num mar tranquilo Senti a paz que me acompanhava com harmonia e dignididade sentia-me seguro era a ponte da amizade Pedro Valdoy (II Antologia de Poetas Lusófonos) O meu comentário?? Saudade.. A tristeza que fica no suspiro lançado para o ar... Afoga-se no carinho do abraço. Nas palavras vivas; na esperança do olhar... Por muito duro que seja a separação... Se houver uma palavra amiga no outro lado da ponte.. A ponte que é a nossa vida.. Mais fácil a descoberta da alegria. Mas quando se fica no meio da ponte? Com dúvidas?